Como surgem as doenças? O espiritismo
explica
Será que, ao nos sintonizarmos com energias e
atitudes negativas, não estamos abrindo caminho para ficarmos doentes?
No livro Mãos de Luz, a curadora norte-americana Barbara Ann Brennan
apresenta um raciocínio muito interessante: “Toda doença é uma mensagem direta
dirigida a você, dizendo-lhe que não tem amado quem você é e nem se tratado com
carinho, a fim de ser quem você é”. De fato, todas as vezes que nosso corpo apresentar
alguma “doença”, isto deve ser tomado como um sinal de que alguma coisa não
está bem.
A doença não é uma causa, é uma consequência
proveniente das energias negativas que circulam por nossos organismos
espiritual e material. O controle das energias é feito através dos pensamentos
e dos sentimentos, portanto, possuímos energias que nos causam doenças porque
somos indisciplinados mentalmente e emocionalmente. Em Nos Domínios da
Mediunidade, André Luiz explica que “assim como o corpo físico pode ingerir
alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo
perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células
materiais”.
Permanentemente, recebemos energia vital que vem do
cosmo, da alimentação, da respiração e da irradiação das outras pessoas e para
elas imprimimos a energia gerada por nós mesmos. Assim, somos responsáveis por
emitir boas ou más energias às outras pessoas. A energia que irradiamos aos
outros estará impregnada com nossa carga energética, isto é, carregada das
energias de nossos pensamentos e de nossos sentimentos, sendo necessário que
vigiemos o que pensamos e sentimos.
Tipos de doenças
Podemos classificar as doenças em três tipos: físicas, espirituais e atraídas ou
simbióticas. As doenças físicas são distúrbios provocados por algum
acidente, excesso de esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem um
ou mais órgãos não funcionarem como deveriam, criando uma indisposição
orgânica.
As doenças espirituais são aquelas
provenientes de nossas vibrações. O acúmulo de energias nocivas em nosso
perispírito gera a auto-intoxicação fluídica. Quando estas energias descem para
o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de
doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões,
estômago etc., arrastando um corolário de sofrimentos.
As energias nocivas que provocam as doenças
espirituais podem ser oriundas de reencarnações anteriores, que se mantém no
perispírito enfermo enquanto não são drenadas. Em cada reencarnação, já ao
nascer ou até mesmo na vida intrauterina, podemos trazer os efeitos das
energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se agravam à medida que
acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual. Enquanto persistirem as
energias nocivas no perispírito, a cura não se completará.
Já as doenças atraídas ou simbióticas são
aquelas que chegam por meio de uma sintonia com fluidos negativos. O que uma
criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão as
mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose energética que, pela via
fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito
que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a
doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente.
Aí, a pessoa vai ao médico e este nada encontra.
André Luiz afirma que “se a mente
encarnada não conseguiu ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimenta
paixões (ódio, inveja, idéias de vingança), ela entrará em sintonia com os
irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para impregnar o
perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e podendo
levá-lo até à doença”.
O surgimento das doenças
A cada pensamento, emoção, sensação ou sentimento
negativo, o perispírito imediatamente adquire uma forma mais densa e sua cor
fica mais escura, por causa da absorção de energias nocivas. Durante os
momentos de indisciplina, o homem mobiliza e atrai fluidos primários e
grosseiros, os quais se convertem em um resíduo denso e tóxico.
Devido à densidade, estas energias nocivas não
conseguem descer de imediato ao corpo físico e vão se acumulando no
perispírito. Com o passar do tempo, as cargas energéticas nocivas que não forem
dissolvidas ou não descerem ao corpo físico formam manchas e placas que
aderem à superfície do perispírito, comprometendo seu funcionamento e se
agravando quando a carga deletéria acumulada é aumentada com desatinos da
existência atual.
Em seus tratados didáticos, a medicina explica que,
no organismo do homem, desde seu nascimento físico, existem micróbios, bacilos,
vírus e bactérias capazes de produzirem várias doenças humanas. Graças à
quantidade ínfima de cada tipo de vida microscópica existente, eles não causam incômodos,
doenças ou afecções mórbidas, pois ficam impedidos de terem uma proliferação
além da “cota -mínima” que o corpo humano pode suportar sem adoecer. No
entanto, quando esses germes ultrapassam o limite de segurança biológica fixado
pela sabedoria da natureza, motivados pela presença de energias nocivas no
corpo físico, eles se proliferam e destroem os tecidos de seu próprio
“hospedeiro”.
Partindo das estruturas energéticas do perispírito
na direção do corpo, em ondas sucessivas, essas radiações nocivas criam áreas
específicas nas quais podem se instalar ou se desenvolver as vidas
microscópicas encarregadas de produzir os fenômenos compatíveis com os quadros
das necessidades morais para o indivíduo. Elas se alimentam destas energias
nocivas que chegam ao físico, conseguindo se multiplicar mais rapidamente e, em
consequência, causando as doenças.
A recuperação do espírito enfermo só poderá ser
conseguida mediante a eliminação da carga tóxica que está impregnada em seu
perispírito. Embora o pecador já arrependido esteja disposto a uma reação
construtiva no sentido de se purificar, ele não pode se subtrair dos
imperativos da Lei de Causa e Efeito. Para cada atitude corresponde um
efeito de idêntica expressão, impondo uma retificação de aprimoramento na mesma
proporção, ou seja, a pessoa tem que dispender um esforço para repor as
energias positivas da mesma maneira que dispende esforços para produzir as
energias negativas que se acumulam em seu perispírito.
Eliminando as energias tóxicas
Assim, como decorrência de tal determinismo, o
corpo físico que veste agora ou outro, em reencarnação futura, terá de ser
justamente o dreno ou a válvula de escape para expurgar os fluidos deletérios
que o intoxicam e impedem de firmar sua marcha na estrada da evolução. Durante
a purificação perispiritual, as toxinas psíquicas convergem para os tecidos,
orgãos ou regiões do corpo, provocando disfunções orgânicas que conhecemos como
doença.
Quando o espírito não consegue expurgar todo o
conteúdo venenoso de seu perispírito durante a existência física, ele desperta
no além sobrecarregado de energia primária, densa e hostil. Em tal caso, devido
à própria “lei dos pesos específicos”, ele pode cair nas zonas umbralinas
pantanosas, onde é submetido à terapêutica obrigatória de purgação no lodo
absorvente. Assim, pouco a pouco vai se libertando das excrescências, nódoas, venenos e “crostas fluídicas”
que nasceram em seu tecido perispiritual por efeito de seus atos de
indisciplina vividos na matéria.
Os charcos pantanosos do umbral
inferior são do mesmo nível vibratório das manchas e placas, por isso servem
para drenar essas energias nocivas. Embora sofram muito nesses locais, isso os
alivia da carga tóxica acumulada na Terra,
assim como seu psiquismo enfermo, depois de sofrer pela dor cruciante, desperta
e se corrige para viver existências futuras mais educativas ou menos
animalizadas.
Os espíritos socorristas só retiram dos charcos
purgatoriais os “pecadores” que já estão em condições de uma permanência
suportável nos postos e colônias de recuperação perispiritual adjacentes à
crosta terrestre. Cada um tem certo limite que pode agüentar em meio a estes
charcos, então eles são resgatados mesmo que ainda não tenham expurgado todas
as placas, reencarnando em corpos onde permanecerão expurgando e drenando
essas energias através das doenças que se manifestarão no corpo físico.
Ajuda da medicina
A doutrina espírita não prega o conformismo, por
isso é lícito procurar a medicina terrena, que pode aliviar muito e curar onde
for permitido. Se a misericórdia divina colocou os medicamentos ao nosso
alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para combater as energias
nocivas que migraram do perispírito para o corpo físico, mas não devemos
esquecer que os medicamentos alopáticos combatem somente os efeitos da doença.
Isto quer dizer que, quando as doenças estão
presentes no corpo físico, devemos combatê-la, buscar alívio. Muitas vezes,
estas doenças exigem tratamentos prolongados, outras vezes necessitamos até de
cirurgia, mas tudo faz parte da “Lei de Causa e Efeito”, que tenta despertar
para uma reforma moral através deste processo doloroso. Qualquer medida
profilática em relação às doenças tem que se iniciar na conduta mental, exteriorizando-se na ação moral que reflete o velho
conceito latino: mens sana in corpore sano.
Estados de indisciplina são os maiores responsáveis
pela convocação de energias primárias e daninhas que adoecem o homem pelas
reações de seu perispírito contra o corpo físico. Sentimentos como orgulho,
avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio, vingança, luxúria, cólera,
maledicência, intolerância, hipocrisia, amargura, tristeza, amor-próprio
ofendido, fanatismo religioso, bem como as consequências nefastas das paixões
ilícitas ou dos vícios perniciosos, são também geradores das energias nocivas.
Ou seja, a causa das doenças está na própria
leviandade no trato com a vida. Analisando criteriosamente o comportamento,
ver-se-á que os males que atormentam as pessoas persistirão enquanto não forem
destruidas as causas. Portanto, soluções superficiais são enganosas. É preciso
lutar contra todas as aflições, mas jamais de forma milagrosa. Procuremos
sempre pensar e agir dentro dos ensinamentos cristãos, a fim de alcançarmos a
cura integral.
FONTE: Revista Cristã de Espiritismo (website) Prof.
Zadro Monteiro